Assiti muitas manifestações poéticas a respeito dos Farrapos, quero deixar também o meu protesto através da poesia em relação a um fato que MTG ignora, ou quando comenta, falta com a verdade.Esta poesia já mandei pra vários concurso e não consigo classificá-la, mas felizmente, já tenho dois trofeus ganhos com ela. O COMBTE DE PORONGOS
Sou de lá com muito orgulho,
A África é minha terra
São de lá minhas origens
Eu me sinto abichornado
Quando penso no meu povo
Como é que Deus permitiu
Tamanha barbaridade
Como é que a humanidade
Aceitou tal situação
Concordou com a escravidão
Sem nenhum constrangimento
Fui arrancado de lá
Cabresteado para cá
Sem o meu consentimento
Em feiras Eu fui vendido
Fui tratado como bicho
Valia menos que lixo
Para os donos desta terra
Eu habitei as senzalas
Das querências deste pago
Jamais senti um afago
Que não fosse do Feitor
Meu ungüento foi o sal
Que neste pampa bagual
Foi usado para o charque
Matéria prima de então
O escravo foi a mão
Usada para esse fim
Eu não consigo entende
Porque me trataram assim
Sou humano como os outros
Tive uma Pátria um País
Tive família e um povo
Fui cidadão, fui feliz.
Eu quero que me respondam.
Qual foi o crime que Eu fiz.
No ano de trinta e cinco
Alvorotou-se a senzala
Um comentário geral
Chegou aos nossos ouvidos
Que lá na Ponte da Azenha
Os Imperiais foram vencidos
Perdendo a Capital
Ecoou pelo Rio Grande
Um grito de liberdade
Diziam que a sociedade
Seria bem diferente
Se Eu, lutasse pela causa
Ganharia a alforria
Era esse o presente
Acreditei na promessa
Desta vez Eu vou ganhar
Com vontade vou lutar
Pra Ter paz e uma família
Vou me unir aos Farroupilhas
Ir pro lado que me agrade
E jamais ver uma grade
Um tronco ou uma senzala
Minha casa vai Ter sala
Como a dos outros tem
Vou lutar pra ser alguém
Criar plantar e colher
Os meus filhos irão Ter
Direitos hoje negados
E as tristezas do passado
Nunca mais iremos ver
Fui traído novamente
Não tive paz nem família
Minha união com os Farroupilhas
Não passou de ilusão
Quando hoje a tradição
Enaltecem os seus feitos
Eu não consigo enxergar
Onde estão os meus direitos
Foram dez anos de lutas
Em combates memoráveis
Mas decisões lamentáveis
Mancharam a nossa história
E as inúmeras vitórias
Para mim foram fracassos
A lança de puro aço
Que com fibra Eu empunhei
Que os inimigos matei
Com coragem e ousadia
Jamais pensei que um dia
Fosse usada contra mim
Este é o meu lamento
Minha dor minha ilusão
Eu cultuo a tradição.
Sem ódio nem preconceitos
Mas também tenho o direito
De procurar à verdade
Quero Ter a liberdade
De saber como foi feito
Diz a história que Caxias
Escreveu para Moringue
Coronel quero que finja.
Um acerto com Davi
Pois a ele Eu, prometi.
Livrá-lo dessa enrascada
De libertar a negrada
Quando a guerra chegar ao fim
O resto deixe pra mim
Que a paz será assinada
Em quatorze de novembro
Do ano quarenta e quatro
Conforme diz o relato
Que se mantém em segredo
Um General Farroupilha
Que jamais foi surpreendido
Facilmente foi vencido
Pela malícia e astúcia
Do Coronel Chico Pedro
Para a paz ser assinada
Exigiram o meu fim
No massacre de PORONGOS
Nos campos de Santa Tecla
Acabou a esperança
De liberdade pra mim.
1º. Lugar categoria inédita no 1º. Festival Tributo a Jayme Caetano Braum – O Imortal Pajador das Américas;
2º. Lugar na 5ª. Edição da Ronda da Poesia Crioula, organizado pelo Grupo Cultural Vozes do tempo