Minhas raízes

Minhas raízes
Uruguaiana

sexta-feira, 11 de março de 2011

TSUNAMI


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Ao assistir o horror que foi o terremoto de hoje no Japão, lembrei-me de um fato acontecido comigo, não cheguei a sentir a senssação de uma tragédia como essa, mas presenciei a solidariedade de um povo que seguidamente enfrenta esse tipo de problemas e participei das providências que eles tomam quando pode ocorrer algo parecido.Em agosto de 2007, mais precisamente no dia 14, fui ao Chile buscar um parente que estava la. De ida fui de ônibus e para aguentar a viagem comprei um livro. Nós eramos 36 passageiros, 04 brasileiross, o2 argentinos que desceram em San Tomé , Argentina, 30 chilenos entre eles 3 motoristas.Aconteceu algo durante a viagem que eu não conseguia identificar. O livro li umas 10 páginas.Na aduana Argentina em Passo de Los Libres, todos ajudavam a todos, numa integração total, mesmo que para mim por exemplo a viagem nem tinha começado. O ônibus fez 04 paradas de 15 minutos em toda a viagem que durou 2 dias e uma noite, chegando em Santiago na tarde do terceiro dia, as paradas só foram longas, nas fronteiras de um país para o outro. Na aduana de Libertador na Cordilheira dos Andes entre a Argentina e o Chile, paramos quase três horas. Nessas alturas já eramos todos hermanos, o problema de um era de todo o grupo. Quando os argentinos desceram, eu ouvi algumas palmas, mas não consegui saber o motivo, só mais tarde é que entendi o porquê da alegria dos demais. Mas a surpresa mesmo, foi quando o ônibus passou o limite da fronteira entre os dois países, esse límite está dentro do túnel Cristo Redentor há 4.125 mts do nível do mar e dentro de um enorme montanha de gelo. Repentinamente, explodiu um grande alarido, uma música alta e todos cantando o que depois fiquei sabendo que era o hino chileno.Confesso que senti uma emoção muito grande a ponto de chegar às lágrimas. Eles ao mesmo tempo que cantavam, se abraçavam e davam vivas ao Chile. O motivo de tanta alegria, era uma manifestação de amor ao Chile e felicidade por terem deixado a Argentina para trás.Quando chegamos ao Terminal Rodoviário de Santiago, não eramos mais passageiros e sim familiares que trocavam email, endereços e telefones e alguns até choravam ao se despedirem. Nunca presenciei coisa igual aqui no Brasil. Passei 10 dias na capital chilena e fui a Val Paraíso, uma zona de praia no Pacífico, visitar a casa de praia da familia que me hospedava. Estávamos jantando quando no canal que assistíamos deu em edição extraordinária um forte terremoto no Peru e em seguida alertava a zona costeira do Chile para a possibilidade de uma tsunami. Dentro de dois minutos ouvimos uma sirena e todos levantaram sem correria, deixando tudo como estava e se dirigiram aos carros e pegamos a estrada. Só ai eu entendi o que ocorreu desde o momento que peguei o ônibus em Uruguaiana. Os motoristas, são treinados para formarem um grupo familiar na viagem, proporcionando uma integração total, onde qualquer eventualidade todos pensem em conjunto, uns ajudando os outros. A justificativa é que naquela região em questão de segundos, tudo desmorona, tudo desliza, tudo pode acontecer e nesses casos não haverá individualismo jamais. Só que mora nessa regiões é que entende a necessidade da verdadeira solidariedade.

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