Minhas raízes

Minhas raízes
Uruguaiana

terça-feira, 27 de março de 2012

Modernismo

A tecnologia, o modernismo, a aculturação, os novos tempos, a adaptação a tudo isso, foi que me levou a colocar as fotos desses moços que antigamente eram arredios, ariscos, viviam sós nos fundos das invernadas, que ao menor movimento, faziam a maior barulheira, portando-se como verdadeiros sentinelas dos pampas. Pois tudo isso mudou e creio que eles estão certíssimos, quem não acompanhou essa transformação nos usos e costumes do nosso pago, ficou para trás.

Eles modernizaram-se e hoje vivem tranquilamente nas cidades mais movimentadas do nosso Estado. Esse flagrante aconteceu quando estava de visita na casa de um filho na cidade de Sapiranga no vale dos sinos. Para aliviar o calor, coloquei um colchonete no fundo do terreno, 11/30 pra tirar um cochilo, acordei com um movimento estranho. Para surpresa ali estavam os dois quero queros tranquilamente me fazendo parceria sem a menor cerimônia. De outra feita, em Caxias do Sul, num dos cruzamentos mais movimentados da cidade, presenciei o mesmo fato, que me levou a fazer uns versos a respeito.

QUERO-QUERO

EU SOU UM ÍNDIO CAMPEIRO

CRIADO PELAS CAMPANHAS

JAMAIS PENSEI NA FAÇANHA

DE UM DIA VER NAS CIDADES

EM RUAS E CRUZAMENTOS

COMO SE FOSSEM DALI

PRA MIM QUE OS CONHECI

BEM LONGE DOS ARVOREDOS

GRITANDO PELOS VARZEDOS

NOS CAMPOS E NAS COXILHAS

EM ALERTA PERMANENTE

SAIU DO FUNDO DOS CAMPOS

PRA VIVER JUNTO COM A GENTE.

terça-feira, 13 de março de 2012

REMINISCÊNCIAS

O carnaval é um período de festas regidas pelo ano lunar no cristianismo da idade média.

O período do carnaval era marcado pelo adeus à carne ou carne vale, dando origem ao termo carnaval.

Durante o período do carnaval havia uma grande concentração de festejos populares, cada cidade brincava a seu modo, de acordo com seus costumes.

O carnaval moderno, feito de desfiles e fantasias, é produto da sociedade vitoriana do século XIX.

A cidade de Paris foi o principal modelo exportador da festa carnavalesca para o mundo.

Cidades como Nice, Nova Orleans, Toronto e Rio de Janeiro se inspirariam no carnaval parisiense para implantar suas novas festas carnavalescas.

É claro que os bailes de carnaval do Plano Alto onde o Nicacio nasceu não eram inspirados nesses conceitos, mas com certeza eram oriundos dessas teses mundanas que os plano altenses sem saber também exerciam essas atividades sociais.

. Existiam dois clubes sociais na Vila do Plano Alto onde o Nicácio Nasceu e se criou. Um era o clube Charrua hoje CTG Candinho Bicharedo, onde freqüentavam as pessoas brancas e que tinham alguma posse, granjeiros, fazendeiros, enfim aquelas pessoas consideradas da alta sociedade local. O outro era o clube Gaúcho, administrado pelo Senhor Mulato, que além de presidente do clube era capataz de uma estância próxima a Vila. Esse clube reunia o pobrerio, peões de estâncias, e todos que estivessem nesse nível social.

O clube Charrua era administrado pelo Sr. Darci Lopes, família essa liderada pelo Sr. Carlos Lopes e esposa Sra. Isolina. Os Lopes eram figuras importantes e respeitadas pela comunidade local.

Como criança não consegue discriminar ninguém por mais que seus pais os instruam, Nicácio era amigo do Jerônimo Lopes apelidado (JECA)sobrinho do Darci Lopes e neto do Sr..Carlos Lopes.Transcorria um baile de carnaval no dito clube, lotado com grande animação, o Nicácio na porta olhando. Negro e pobre não podiam nem pensar em entrar. O Jeca participando do baile saiu lá fora e pergunta: Tche Negrinho, porque tu não entras e dança um pouco ?

Como vou entrar ai ?

Negrinho, tu entras até o tio descobrir. Quando te descobrirem e conseguirem te tirar pra fora, tu já dançaste bastante. Conversou um pouco e entrou, Nicácio ficou quieto, mas a idéia lhe agradou.

Numa passada do amigo pela porta, chamou-o e disse-lhe:Tche Jeca, vou topar a tua idéia, vou dançar um pouco. Entrou e começou a dançar na volta como burro de olaria, até que deram o alarme e o pessoal da diretoria começou a persegui-lo sem, no entanto lograrem êxito, por que ai já contava com o apoio dos participantes do baile que o ajudavam discretamente a escapar.Dançou uns 15 minutos até que foi tirado pra foram sem apelação.

Sentou lá fora e começou a pensar no fato de,por ser negro e pobre não tinha o direito de partilhar com seus amigos aquela alegria.Não se conformou decidindo que se vingaria de tal atitude. Analisou os prós e os contras e o que poderia fazer para ter êxito nos seus propósitos. Olhou para os carros estacionados e lhe veio a idéia, pegou um palito de fósforo e começou a esvaziar os pneus dos carros. Depois com mais um fósforo e com muito jeito conseguiu tirar os ventis *de todos os pneus sem ar, guardou numa caixa de fósforos e foi pra casa dormir.

Imaginem o sufoco quando terminou o baile. Todos sabedores de suas habilidades arteiras, de imediato ligaram o fato a sua pessoa. O CB João Almeida, de a Brigada Militar que fazia o policiamento do baile foi até a casa do Nicácio e contou a Vó Chata o acontecido e pediu providências.

A Vó Chata era a Sra. Januaria Valença sua mãe de criação. Para sorte deles Nicácio tinha guardado a caixa de fósforos com todos os ventis em baixo do seu travesseiro.

A Vó que nunca lhe deu moleza pelas falcatruas que o mesmo aprontava, ao saber da história, foi acordá-lo só que com um pedaço de tábua que usou para acariciá-lo pela malandragem que tinha aprontado.

Na ponta da tábua havia um prego, o que fez grande estrago na suas polpas.

Ela nunca se perdoou por não ter percebido aquele prego.

Assim, foram recuperados todos os ventis dos carros.

Ele não dançou ou dançou muito pouco, mas conseguiu deixar sua marca registrada nesse carnaval que é lembrado até hoje pelos mais antigos da Vila.


Ventil - Pequena peça que fica dentro das válbvulas dos pneus de automóveis.

sexta-feira, 2 de março de 2012

FALCATRUAS

Pois é, eu pensei que o assunto estava enterrado, morto, sepultado. Mas me enganei, a justiça tarda mas não falha, conforme diz o velho adágio popular. Quem está lembrado da minha luta, eu me debati sem sucesso contra os desmandos do MTG quando Presidente o meu colega , naquela época eu pertencia a Diretoria da 18ª Região Tradicionalista e não economizei o verbo para colocar as minhas idéias e criticar os absurdos cometidos por aquela administração.Foram tão infelizes em suas atitudes e desmandos, que chegaram a ser corridos de um velório. Eu estava lá, presenciei e apoiei a família do nosso saudoso amigo Italmir que não permitiu que eles permanecessem na sala velatória. Pois com certeza o nosso saudoso amigo deve estar la de cima vibrando com a decisão do Tribunal de Contas do Estado que mandou verificar as acusações a respeito de desvio e má aplicação das verbas recebidas por essa entidade.Não sou contra o MTG, inclusive sou um tradicionalista atuante, mas não aceito determinadas posições e atitudes deles, que pensam que mandam no Rio Grande do Sul.Em anexo, a nota do TCE e podem ter a certeza que tudo que chegar ao meu conhecimento a respeito desse assunto, estarei com o maior prazer publicando e criticando se for o caso.

Em sessão do Pleno realizada nesta quarta-feira (29), o Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS) determinou a instauração de Tomada de Contas Especial por parte da Secretaria Estadual de Cultura, Banrisul, Companhia Estadual de Energia Elétrica-Distribuição (Ceee-D) e Prefeitura de Porto Alegre, para que sejam apuradas possíveis irregularidades na prestação de contas dos repasses que esses órgãos efetuaram ao Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) para realização da Semana Farroupilha.
A decisão do TCE-RS tem origem em representação do Ministério Público de Contas que constatou o uso de recursos para finalidades dissociadas dos festejos farroupilhas, ausência de lançamentos de recursos e inconsistências nos relatórios de prestação de contas, além de contratação de prestadores de serviços sem licitação.
A Tomada de Contas Especial abrange os exercícios de 2008 a 2011, devendo ser aberta pelos próprios órgãos citados, que terão 90 dias para prestar os esclarecimentos ao TCE-RS. O relator do processo foi o conselheiro substituto Alexandre Mariotti.
Assessoria de Comunicação Social - TCE-RS
Contatos: (51) 3214 9870 / (51) 9878 0066 / (51) 8144 2493
Portal TCE: www.tce.rs.gov.br