Minhas raízes

Minhas raízes
Uruguaiana

sábado, 30 de julho de 2011

Cuentos de caserna

O FERRADOR - 2
Voltando ao nosso querido amigo, - que Deus o tenha - ferrador, que protagonizou muitos cuentos no 2º RPMon, hoje lembramos e aqui estamos postando, uma cruzada do nosso amigo quando prestou seus serviços no Esquadrão de Rosário do Sul, la pelos idos de mil novecentos e poucos. Seus serviços de ferrador, foram utilizados em toda a região que abrangia o comando do Regimento, tais como Uruguaiana, Quaraí, Alegrete, Rosário do Sul, Cacequi. Já frizamos aqui que naquela época, o expediente era dois turnos. Certa feita, o Na...de...Bo... servia em Rosário do Sul e num interválo do meio dia, ao dirigir-se para sua residência, resolveu antes de almoçar para voltar para o turno da tarde, pagar um prestação de um carnê nas lojas JHSantos que ficava no seu caminho.Só que para isso, precisou descer do ônibus no centro, pagar a sua conta, pegar o próximo coletivo, almoçar e voltar ao quartel. Portanto, seu tempo era curtissimo, mas mesmo assim cumpridor... dos seus deveres não queria atrazar a prestação. Quando chegou na loja, tinha uma senhora limpando a porta de vidro que dava acesso ao estabelecimento. Entrou e rapidamente dirigiu-se ao caixa para saldar a sua prestação, feito isso, quando pegava o carnê e o trouco, olhou para a parada de ônibus que tinha em frente a loja, momento que viu o ônibus encostando, pegou rapidamente os papéis e dirigiu-se sem exitação para não perder o ônibus, pois se perdesse, chegaria atrazado para o turno da tarde. Não chegou a correr, mas saiu num trancão que parecia mais um trote. Um homem de uns 85 kgs e ainda apressado, representava quase o dobro do seu peso. Mas o maior problema é que ele na pressa que tinha não percebeu que a porta tinha sido fechada. Tentou é claro, mas não conseguiu passar, mas se vangloriava de ter demolido totalmente não só o seu nariz, mas também o vidro que ficou em migalhas. Dizem inclusive os maldosos que o seu apelido de Na...de...Bo... foi depois desse episódio. O que eu sei e que presenciei muitas vezes é que quando alguém se esconcida e lhe gritava: JJJJOOOTAAA HHHH SANTOOSSSSSS, tinha que sair de perto porque ele se defendia jogando uma jamanta de ossos que ofendia todos os ancestrais do atrevido que tinha coragem para enfrentá-lo

AGREDECIMENTOS

Quero rapidamente, agradecer os mais de cinco mil acessos à este Blog, vejo alguns com miles de acessos, sei que o meu não é muito, mas o necessário para continuar escrevendo. Nesse pequeno mas sincero agradecimento, vou aproveitar para agradecer ao home véio la de riba pelo pequeno obstáculo que pos no meu caminho e que tive felecidade de transpô-lo e tenho certeza que a recuperação será gradual e tranquila e ele - o home véio - estará junto comigo para me dar forças para chegar à plenitude da minha saúde. Além de Deus, meus familiares, agradeço a todos que mesmo de longe tenho certeza que estavam torcendo pelo meu sucesso.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Amigos

Voltei, passei 5 dias baixado no CHS, sofri mais que burro comendo urtigas, mas foi um sofrimento para atingir a plenitude da minha saúde, com o apoio do corpo clínico, enfermeiros,funcionários, amigos e fundamentalmente meus familiares, aqui estou, ainda fragilizado, mas com certeza no caminho da recuperação. Até breve.

domingo, 24 de julho de 2011

VETERANOS - 4

Livro de castigos.
Na Marinha de Guerra do Brasil, onde tive a honra de servir por quatro anos e meio como Fuzileiro Naval, as coisas são bem diferentes. Punições, alimentação, exercícios, treinamentos, uniformes, modus operandi, muito poucas coisas são iguais ao exército ou a aeronáutica. Em outras Organizações Militares, as faltas são comunicadas em partes pelos superiores em serviço ou chefes de repartições. Na Marinha, as infrações são redigidas num livro parte, denominado livro de castigos. Ali o superior comunica o fato sem opiniões pessoas - o que nunca ocorria - sempre quem fazia o registro, aproveitava para colocar nas entre linhas, o seu parecer a respeito do faltoso. Feito isso, o acusado ficava esperando o momento de ser chamado para a sua justificação - hora do pato. Todas as terças feiras na parte da tarde, o faltoso procurava se isentar dos seus erros, diretamente com o comandante da Unidade. Não lembro de ver algum colega ir para o livro de castigos e conseguir se livrar de alguma punição, ele nunca tinha razão, o que caracterizava sempre punição na certa. É bom que se diga, que eu fui freguês de caderno da hora do pato, durante o meu período nos Fuzileiros Navais.Lembro inclusive quando dei baixa da Marinha - me deram a baixa - louco a pua sem conseguir serviço, resolvi incluir na Brigada Militar. Eu morava com um tio brigadiano, 1º Sargento e para conseguir uma certa média , mostrei a ele as minhas alterações durante o tempo que servi, só que tirei todas as folhas que tinham as punições , lembro que ele mostrava a seus colegas , com muito orgulho dizendo : Meu sobrinho foi marinheiro, nunca levou uma punição. Q. Deus o tenha.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

VETERANOS - 3

DISCIPLINA
Hoje, vamos abordar um assunto conhecidissímo de todos nós militares, mas diferentes em cada Força. Na Marinha, a disciplina é completamente diferente das outras organizações.La temos a Prisão Rigorosa, simples, detimento repreensão e serviço extra.
Prisão rigorosa,
o nome já dá uma dimensão da falta. São aquelas faltas na qual o infrator é levado até uma cela militar dentro do quartel, que tem as mesmas características de um presídio comum. Geralmente ela não passa de 10 dias, o que corresponde tirar 5 dias na cela - popularmente na Marinha conhecida como BAILÉO - tira mais 5 dias detido no âmbito do quartel para pegar sol e fazer algumas faxinas - limpezas - e volta ao bailéo para tirar mais 5 dias, o que acaba fazendo o infrator cumprir na realidade 15 dias de cana. Eu que fui na Marinha um bola sete - mau peixe - fui punido com dez dias de prisão rigorosa e nos dois primeiros dias, dormi, joguei cartas, fiz palavras cruzadas pensando estar no paraíso, só que os outros dias restantes foi um verdadeiro martírio, quase fui a loucura. Serviu para que jamais eu cometesse uma falta que me levasse ao bailéo novamente, ou melhor quando servi em São Borja, peguei mais dez ma, isto é outra história que contaremos mais tarde.
Prisão simples,
esta como o nome já a caracteriza, era no âmbito do alojamento, só saia para cumprir a escala de serviço e eu que também fui punido nessa categoria, acho uma verdadeira moleza.
Detimento,
essa era verdadeira moleza, o infrator permanecia no perímetro do quartel, podendo participar de todas as atividades inerente ao efetivo, só não podia baixar terra - sair do quartel -.
Repreensão,
essa eu que fui um indisciplinado na Marinha, tirava de letra, me repreender era como me dar um pirulito ou algo parecido, mesmo que sempre era na presença do Pelotão em forma, para que o repreendido repensasse seus erros e voltasse ao seio dos disciplinados, para mim, nunca surtiu o mínimo efeito.
Serviço extra,
bem esse sim eu sempre considerei o pior castigo, esse eu respeitava e quando era punido - e fui várias vezes - sabia da fria que era. Consistia em pagar o castigo na escala de serviço, só que contava nas folgas, numa escala de 24/24 - 24 hrs de serviço e 24 hrs de folga - quando a pegava 3 dias de serviço extra, passava exatamente 6 dias de serviço sem moleza, o que deixava o vivente dormindo em pé.
Na próxima postagem sobre os Veteranos, vou contar como eram aplicadas essas punições, como era feitas as partes, o que também era totalmente diferente das demais Organizações Militares.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Cuentos de caserna

O FERRADOR
Foi nosso colega por um longo tempo, um soldado que tinha muitas habilidades, mas uma delas e que o tornou conhecido, foi a de ferrador. Eu fui criado em campanha, conheço todas as atividades nessa área, dúvido que exista algo que eu não tenha feito no tempo que fui peão de estâncias. Como tradicionalista, participei de muitas cavalgadas e assisti muitas atividades nessa área, uma delas foi presenciar pessoas inabilitadas ferrando cavalos, na marra, sem a mínima esperiência, maltratando os animais e ressabiando-os. Vi vários animais ficarem apavorados quando havia necessidade de ferrá-los para alguma atividade. Portanto, considero que essa atividade - ferrar um animal - é necessário ter curso, habilidade, senssibilidade e tato. Pois se ao cravar um clavo - prego que segura a ferradura no casco - atingir o mole do casco, jamais esse animal permitirá que seja ferrado ou só conseguirão com ele deitado e amarrado com maneadores e maneias. Presenciei muitos atos de puro vandalismo, confundido com gauchismo. Tudo que relatei é para enaltecer a profissionalidade que tinha o nosso soldado ferrador.É claro que além de ferrar ele tinha conforme já citei, outras habilidades e uma delas, dobrar o cotovelo - tomar um trago de canha - mesmo que muitas vezes fizesse isso quando estava de serviço, o que o regulamento militar não permitia. Vou declinar o nome do dito cujo, mas quem serviu no 2° RPMon, sabe de quem estou falando.Vamos chamá-lo de Na... de Bo.... Contam várias histórias à seu respeito, mas eu vou me ater às que eu presenciei e ouvi durante o tempo - 16 anos - que servi no 2º Regimento. É preciso ainda registrar, que as histórias não têm o objetivo de desmerê-lo, pelo contrário, quero com elas presigiá-lo, tenho certeza que todos que foram seus colegas o apreciavam muito e suas atitudes hilariantes são de conhecimento de muitas Unidades Militares do nosso Estado. Nosso querido amigo, nos deixou e garanto que está fazendo sucesso com seus cuentos em outras paragens, fazendo rir muitos dos nossos que la estão. Eu era 1º Sargento, chefe da ronda numa madrugada daquelas de renguear cusco. Nunca fui motreteiro, mas quando dava pra aplicar, eu não perdia tempo. O meu quarto de ronda era das 24 00 hrs às 03 00 hrs, quem foi ou é milico, sabe que esse horário não é mole - 2º quarto de hora -. Para aliviar o horário e o frio, fui fazer a ronda, quer a passar nas baias, linha de tiro, 2º. Esquadrão e retornar ao corpo da guarda, volta essa que levava em torno de 20 minutos. Só que ao chegar nas baias, na lareira cripitava uma tora de arueira, água quente, chimarrão e o nosso Ferrador com uma - garrafa -velho barreiro pra esquentar a alma. Dei uma olhada, senti o clima e não resisti em aquecer-me um pouco antes de completar a volta da ronda. Nesse meio tempo, ele me disse que havia comprado um carro. Sargento, comprei um carrinho pra dar as minhas voltas, já estou quase por me aposentar, quero aproveitar. Concordei e ainda incentivei o empreendimento, dizendo a ele que precisava dar a seus familiares o conforto que mereciam por ter sido a base do seu sucesso. Ele concordou, o ambiente estava agradável e o assunto fluiu tranquilamente. Lembrei de fazer algumas perguntas. Tche como está o carro? Muito bem Sargento.Pintura? Pintura nova , o cara me deu as notas, foi pintado a pouco. Documentos, tudo em dia? Sim Sargento ,tudo em dia falta só pagar o seguro, mas ele me disse que vai pagar. Tche e pneus ? Três pneus novos e eu já providenciei, vou comprar mais um novo pra não ter problemas. Mais um mate, ele saia da beira do fogo, mexia nuns sacos de forragem e voltava. Eu sabia que ia tomar um trago de canha, com certeza, me fazia de desentendido e o assunto ia em frente. Instalação elétrica Tche? Tudo bem Sargento, tem uma ou duas sinaleiras queimadas mas isso eu resolvo. Tche e o estofamento? Novinho Sargento. Achando que já tinha espantado o frio, aquecido a alma com o chimarrão e feito as perguntas necessárias a respeito do investimento do meu amigo e colega, resolvi continuar a minha ronda. Mas eis que ao chegar a porta lembrei de fazer o último questionamento, ao Na...de...Bo... Tche cara antes de te parabenizar pela iniciativa que tivestes em adiquirir um automovel para o lazer teu e da tua familia, lembrei que não te perguntei a respeito de um problema crucial num carro e fundamental para o seu funcionamento. Sim Sargento, pergunte. Tche , segundo tu me informastes, o carro está bem de tudo, mas eu te pergunto e de motor, qual a situação do motor do carro? Bem Sargento, motor sim não tem. Eu sinceramente não esperava essa resposta e fiquei tão desnorteado, sem saber o que dizer que achei que o melhor a fazer era terminar a minha volta de ronda.

domingo, 17 de julho de 2011

Cuentos de caserna

O MIJÃO - 2
Serviu conosco no 2º. RPMon, um telegrafista de Pelotas, pessoa fora de série, um colega exemplar, estava sempre disposto a resolver os nossos problemas, tanto é verdade que ele ficava sempre de 15 a 20 dias sem ir a Pelotas e quando isto acontecia, todos nós quando tirávamos serviço, era sempre até a hora da revista - 21 00 hrs - depois quem ficava responsável pelo serviço de rádio do 2º. Regimento, era esse sargento - nóis ia dormi em casa - criando grandes dificuldades para o Ricardão, que não gostava nada disso. A coisa funcionava da seguinte forma: Quando este bem feitor ia visitar seus parentes em Pelotas e sempre ficava entre 10 a 12 dias , nós segurava a barra até ele voltar - as otoridades não sabiam disso - os riscos eram grandes mas felizmente nunca deu qualquer atrapalho. Aí entra a participação de O MIJÃO na histõria. Ele, o MIJÃO, também fazia parte do esquema de todos os telegrafistas da Unidade. O sargento de Pelotas, tinha problemas intestinais, vivia tomando chás de tudo que era erva e bastava dizer que tal erva era boa para o estômago, ele já providenciava para tomar um chá. Para isso, existia no dormitória da sala de rádios, um fogareiro para esquentar a água do chimarrão das cinco que sempre saía por lá, esse chimarrão era o ponto de encontro de todos os motreteiros , antes de terminar o expediente da tarde - nessa época eram dois expedientes, das 07 30 às 11 30 e das 13 30 às 17 30 - é claro que o horário da tarde não era cumprido, geralmente terminava la pelas 21 00, sempre de acordo com o humor de cada otoridade. Mas estamos aqui contando as proezas do MIJÃO e não para falar dos nosso superiores. Bem o sargento dos jujos como era conhecido, não tomava chimarrão e usava o fogareiro para fazer seus chás numas latas de azeite. Essas latas ficavam acondicionadas num pequeno armário da repartição. Antes da nossa personagem - O MIJÃO - escolher as garrafas pets para se aliviar durantes as frias madrugadas, já foi dito aqui que ele tentou várias modalidades e numa dessas modalidades ele passou a usar as latas de chá do Pelotense. Como higiene nunca foi o expediente de O MIJÃO, passou a usar as latas e não lavá-las adequadamente. Resultado, enseguida começou a aparecer ferrugem nas ditas cujas. Numa das chimarreadas costumeiras, o sargentos dos jujos, interrompeu o assunto da galera para fazer o seguinte comentário: Tche Guris, vejam voces mesmos, como são fortes estes chás de erva que eu uso para minha gastrite, as latas estão enferrujando, de tempos em tempos tenho que trocá-las. Nós sabendo o motivo da ferrugem, nos olhamos mas aguentamos no osso do peito. O MIJÃO, disfarçou e saiu com uma desculpa sem graça. Tchê por isso que não gosto de mate à essa hora, tenho que ir no banheiro e caiu fora. Ninguém tinha a coragem de dizer a verdade a respeito do assunto, até que o pelotense conseguiu a sua transferência para Pelotas e o Cassino dos Sargentos organizou um coquetel de despedida para o colega que era muito bem quisto no seio de seus pares. Corria tudo a mil maravilhas, lembrancinhas, demostrações de carinho, até que um telegrafista natural de Santa Maria e conhecido por dizer o que não devia nas horas mais impróprias, no momento que alguns usavam da palavra para enaltecer as qualidades do homenageado, pediu a palavra e lascou: Voces sabem que eu não sou muito chegado a essa oratória, mas eu não posso deixar que o Fulano va embora sem dizer pra ele que as suas latas de chá criavam ferrugem porque o sargento ciclano mijava nelas quando estava de serviço. Foi lamentável, o homenageado que estava próximo de O MIJÃO, encaxou-lhe uma trompada como diz o paisano, que até hoje ele deve sentir e se arrepender do que fazia e ainda por ter esculhambado uma homenagem que estava tão bonita.

sábado, 16 de julho de 2011

Cuentos de caserna

O MIJÃO
Pois depois de passar pelo drama de não urinar por 24 horas, me veio a memória a história de um colega meu que tinha preguiça de ir ao banheiro. O dito cujo, hoje é tenente como eu, e não gosta de ser lembrado das safadezas que fazia quando era da ativa. O quartel do 2º. RPMon, é de tamanho considerável e a nossa sala de rádio, ficava uns 50 metros do banheiro. Nas madrugadas frias dos invernos de temperaturas iguais as que se apresentaram a poucos dias a traz. Ir ao banheiro realmente era complicado e quem precisava levantar para essa finalidade, dormia muito pouco ou quase nada. Sair de baixo das cobertas, enfrentar temperaturas com senssação abaixo de zero, voltava pra cama congelado e quando queria se aquecer o corneteiro abria a goela anunciando a alvorada. Inclusive esse corneteiro tem também muitas histórias que vamos contá-las. Mas voltando ao nosso MIJÃO, ele tinha um verdadeiro horror ao frio e ao fato de ter que levantar mais de duas vezes para aliviar a bichiga ou como era comum dizermos: tirar a água do joelho. Já tinha idealizado várias modalidades para se aliviar, mas todas davam problemas, inclusive uma delas, lhe custou um detimento com leitura do boletim para todo o pelotão tomar conhecimento. Mas, também pudera, o dito cujo, inventou de mijar por uma janela que tinha no fundo da repartição, pena que deu azar. O oficial de serviço, andava fazendo a sua ronda costumeira quando presenciou o fato em si, não teve dúvida, comunicou em parte o ato de total desrespeito, o que lhe trouxe além do detimento, do ato constrangedor o apelido de MIJÃO. Após várias tentativas e idéias, bolou uma que deu certo por um largo tempo. Mijava numa garrafa pet de 2 litros e quando tocava a alvorada, ele ao fazer sua higiene pessoal no banheiro, se fazia acompanhar da garrafa embaixo do capote. Mas começou a dar problemas, quando ia ao banheiro, esquecia a garrafa e para não voltar no banheiro que realmente era muito distante, escondia a garrafa que por várias vezes ficava cheia de mijo até ele entrar de serviço novamente. Nós já tinhamos descoberto que ele era tão mimoso que não levantava da cama para mijar, simplesmente colocava a garrafa embaixo das cobertas. Sabedores desse pormenor e para tentar acabar com essa falcatrua do colega, que fizemos: Fizemos dois pequenos furos no fundo da garrafa. No serviço seguinte, ele ao usar da sua estratégia, teve a infelicidade de mijar o colchão, cobertas, enfim amanheceu todo mijado e como dormia fardado, não conseguiu ir ao rancho na hora do café e nem entregar as mensagens que chegaram depois do silencio no seu serviço. Foi severamente repreendido ,o fato passou a ser de conhecimento geral dos componentes do Regimento, inclusive das funcionárias. Eu quando o encontro, chamo um terceiro de MIJÃO e me preparo para ouvir um caminhão de besteira e ofensas que ele me larga, porque sabe que estou me dirigindo diretamente à ele.

PLANEJAMENTO

´Planejamento, é a arte ou o sistema organizacional de qualquer pessoa, orgão ou estabelecimento, que projeta suas atividades, responsabilidades e planos. Na realidade, são uma série de palavras que só funcionam quando alguém ou algo superior ( DEUS ) segundo a nossa crença, permite que tudo saia de acordo com os nosso planos. Porque toda essa parafernália de palavras. Simplesmente para relatar aos que acessarem este blog, um fato que revolucionou os meus últimos dias. Ao saber que o meu filho iria a Uruguaiana que fica a 240 kms de Livramento para voltar no mesmo dia, decidi que seria uma oportunidade de fazer um passeio rápido tranquilo. Esse foi o meu planejamento, sem me preocupar com o planejamento do Home Véio la de riba. Saimos daqui às 09 00 hrs, conversando, contando histórias. Na metade da viagem senti vontade de urinar, mas era algo sem urgência que daria tranquilamente para aguentar até o nosso destino. Só que quando chegamos em Uruguaiana, já cheguei com dores na bexiga, pensando ser a vontade de urinar, naturalmente fui ao banheiro. Bem meus amigos a partir daí, o meu planejamento foi para as cucuias, fui levado imediatamente para o pronto socorro e mesmo como todas as enfermeiras e a presença de um médico, não foi possivel passar uma sonda e como eu já nao aguentava mais a dor, a senssação era que eu esplodiria. O médico resolveu suspender a tentativa da colocação da sonda e fez uma puncão direto na bexiga. Imediatamente senti o alivio na dor e a minha pressão arterial que estava 22/11 começou a voltar ao normal. A partir daí dois dramas. 1 - Eu andava sem meus documentos - carteira do ipê - fui para a ala dos indigentes ou algo parecido. 2 - Com a punção aliviou a dor, mas continuei sem conseguir urinar. Fui 45 vezes no banheiro, isso das 15 hrs até às 03 00 da madrugada e todas as tentativas com dores horríveis. Nesse meio tempo, meu filho que voltou a Livramento, pegou meus documentos e minha esposa e retornou a Uruguaiana, chegando por volta das 23 30. A partir desse horário, eles enfrentaram uma guerra verbal com o sistema de internação do hospital, que por divergências com os planos de saúde se negam ou protelam as internações, ficando os familiares e os pacientes a mercê da má vontade e falta de respeito com os que deles precisam. É preciso registrar, que desde a hora que cheguei no pronto socorro - 13 00 de terça feira, fiquei sem comunicação com ninguem, proibido de telefonar até às 02 00 hrs de quarta. Nem quando tive preso em San Francisco na Argentina, o regime foi tão duro como o sistema ditatorial da Santa Casa de Uruguaiana. Quando meu filho e minha esposa já estavam prestes a apelar para registrar uma ocorrência policial na tentativa de me tirarem de uma maca para que eu fosse transferido para um apartamento que eu tinha direito, um santo médico Dr Olavo que já tinha me atendido no pronto socorro, sabendo do meu sofrimento, assinou a internaçao. Quando cheguei no apartamento, já não aguentava mais o desespero de não ter urinado até aquela hora. Fui para uma nova tentativa de sonda que se nao fosse possível haveria mais uma punção direta na bexiga. Temendo mais um furo direto na bexiga, decidi aguentar o máximo possível para que a sonda atingisse a bexiga. Coloquei a colcha e lenços entre os dentes, me segurei nas borda cama e em acordo com a enfermeira - JANE - fomos a luta e graças ao Home Véio , conseguimos chegar no objetivo, o alívio foi imediato e a partir daí começei realmente a me sentir melhor. Só que: Em Uruguaiana os urologista se desligaram de todos os planos e quem está fazendo esse setor, é um médico de Itaqui, mas que segundo uma informação interna do próprio hospital, ele vem uma vez por semana, dá uma olhadinha rápida nos pacientes e cai fora. Com essa informação, entramos em acordo com o Dr Olava, recebi alta e voltei a Livramento com a sonda para fazer um tramento adequado em casa. Por que me estender num assunto particular e que pode não ser do interesse dos outros. O objetivo é que os que tiverem acesso ao acontecimento, tirem suas conclusões. - Levem sempre todos documentos necessários e ainda uma sacola com os materias como, um par de chinelos, material higiênico, uma muda de roupas, por mais curto e breve que possa ser o deslocamento. OBSERVAÇÃO: QUERO DEIXAR CLARO QUE O FATO DE TER FICADO NUM SETOR ONDE FICAM AS PESSOAS SEM RECURSOS, NÃO TENHO NENHUMA RECLAMAÇÃO EM RELAÇÃO AO TRATAMENTO QUE RECEBI, FICA PORTANTO O NOSSO AGRADECIMENTO AOS FUNCIONÁRIOS - ENFERMEIROS E O DR OLAVO - pois os entraves foram do sistema organizacional do Hospital.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

VETERANOS - 2

Aproveitando que o banzo não quer me largar por estes dias, recordo as coisas boas da vida e as ruins procuro esquecê-las pelo caminho. Entre as boas, ontem conversando com um Veterano que mora no Guarujá em Porto Alegre, tive uma grande notícia, que se confirmada, conseguirei voltar no tempo e mostrar aos amigos e blogueiros, que este mortal, como Fuzileiro teve a oportunidade de estar junto ao nosso ex-grande Presidente da República João Goulart. Para não versejar em causa perdida, vou esperar uma foto que me foi prometida e quando ela chegar ai sim vamos contar direitinho o ocorrido e como foi que eu fiquei ao lado desse grande brasileiro. O Veterano esse que mora no Guarujá, e um cara que por ser Fuzileiro e ainda por ter ido ao Rio de Janeiro no ENCONTRÃO - encontro dos Veteranos do Corpo de Fuzileiros Navais, que ocorre todos os anos em junho - toda vez que fala comigo, vem todo chiado, tentando me enganar, mas como eu o conheço muito bem e sei que ele é cria la da zona do Aferidor, Imbaá, Chapadão, Plano Alto, Barragem, etc,etc... eu fico cozinhando ele no bafo, como se faz com aquelas batatas doce que dá nessa região. Mas, no entanto, esse cara metido a carioca, só porque foi Fuzileiro junto comigo, mora no meu coração, assim como moram neste peito já carcomido pelos anos, todos os amigos que serviram no CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS. Um agradecimento muito especial a todos aqueles que acessam este Blog, pois já estou chegando a quase 5.000 acessos. Quero deixar um pedido para que sejam seguidores deste Blog, estou preparando novidades para quem o acessa e ainda gostaria que fizessem comentários sob o que aqui tenho postado, podem criticar, pois é através da crítica que conseguimos crescer no conceito das pessoas.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

VETERANOS - 1



Este é o velho Grupamento de Fuzileiros Navais de Uruguaiana, ali tinha, a 7ª e a 6ª Regionais, duas Companhias, a 1ª pertencente ao 5ºd Distrito Naval com sede em Florianópolis e a 2ª sediada em Ladário Rio Grande do Norte, quero que os Veteranos que acessarem esta postagem, me corrijam se algo estiver errado. Nas minhas crises de banzo, fico olhando estas velhas fotos e recordando a minha passagem por essa Unidade Militar. A esquerda e ao fundo na foto, a pequena igrejinha de Nossa Senhora dos Navegantes, que na Legalidade, 1961 e na Revolução sem brigas de 1964, muitas vezes abrigava algum Esquadrão, com suas mochilas e armas, mas tenho certeza que nada era mais ofensivo a Santinha, que a lingua afiada de muitos Fuzileiros, inclusive Eu. No início algum superior tentava amenizar as barbaridades que eram pronunciadas, mas como não era atendido, liberava geral e aí corria floxo.O prédio grande em forma de H, na frente ficava Sala de Estado, secretarias, alojamento de oficiais, praça d'armas e outras repartições, era ligado ao prédio do fundo por um corredor, na parte térrea, rancho, cassino de praças, refeitório e parte de cima, o grande alojamento das praças, habitat natural e acolhedor dos mexilões e pessoal de serviço, tinha muitos outros prédios menores, que seria demais dissertar sobre eles, mas que estão gravados na consciência de todos nós que la servimos. Tive a pretensão de postar hoje o sistema disciplinar da Marinha de Guerra que é totalmente diferente de outras força, mas ficará para a próxima postagem. Ao ver a foto acima, não consegui me conter sem contar para quem aqui aportar, o que ela representa para nós Veteranos.