Minhas raízes

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Uruguaiana

domingo, 17 de julho de 2011

Cuentos de caserna

O MIJÃO - 2
Serviu conosco no 2º. RPMon, um telegrafista de Pelotas, pessoa fora de série, um colega exemplar, estava sempre disposto a resolver os nossos problemas, tanto é verdade que ele ficava sempre de 15 a 20 dias sem ir a Pelotas e quando isto acontecia, todos nós quando tirávamos serviço, era sempre até a hora da revista - 21 00 hrs - depois quem ficava responsável pelo serviço de rádio do 2º. Regimento, era esse sargento - nóis ia dormi em casa - criando grandes dificuldades para o Ricardão, que não gostava nada disso. A coisa funcionava da seguinte forma: Quando este bem feitor ia visitar seus parentes em Pelotas e sempre ficava entre 10 a 12 dias , nós segurava a barra até ele voltar - as otoridades não sabiam disso - os riscos eram grandes mas felizmente nunca deu qualquer atrapalho. Aí entra a participação de O MIJÃO na histõria. Ele, o MIJÃO, também fazia parte do esquema de todos os telegrafistas da Unidade. O sargento de Pelotas, tinha problemas intestinais, vivia tomando chás de tudo que era erva e bastava dizer que tal erva era boa para o estômago, ele já providenciava para tomar um chá. Para isso, existia no dormitória da sala de rádios, um fogareiro para esquentar a água do chimarrão das cinco que sempre saía por lá, esse chimarrão era o ponto de encontro de todos os motreteiros , antes de terminar o expediente da tarde - nessa época eram dois expedientes, das 07 30 às 11 30 e das 13 30 às 17 30 - é claro que o horário da tarde não era cumprido, geralmente terminava la pelas 21 00, sempre de acordo com o humor de cada otoridade. Mas estamos aqui contando as proezas do MIJÃO e não para falar dos nosso superiores. Bem o sargento dos jujos como era conhecido, não tomava chimarrão e usava o fogareiro para fazer seus chás numas latas de azeite. Essas latas ficavam acondicionadas num pequeno armário da repartição. Antes da nossa personagem - O MIJÃO - escolher as garrafas pets para se aliviar durantes as frias madrugadas, já foi dito aqui que ele tentou várias modalidades e numa dessas modalidades ele passou a usar as latas de chá do Pelotense. Como higiene nunca foi o expediente de O MIJÃO, passou a usar as latas e não lavá-las adequadamente. Resultado, enseguida começou a aparecer ferrugem nas ditas cujas. Numa das chimarreadas costumeiras, o sargentos dos jujos, interrompeu o assunto da galera para fazer o seguinte comentário: Tche Guris, vejam voces mesmos, como são fortes estes chás de erva que eu uso para minha gastrite, as latas estão enferrujando, de tempos em tempos tenho que trocá-las. Nós sabendo o motivo da ferrugem, nos olhamos mas aguentamos no osso do peito. O MIJÃO, disfarçou e saiu com uma desculpa sem graça. Tchê por isso que não gosto de mate à essa hora, tenho que ir no banheiro e caiu fora. Ninguém tinha a coragem de dizer a verdade a respeito do assunto, até que o pelotense conseguiu a sua transferência para Pelotas e o Cassino dos Sargentos organizou um coquetel de despedida para o colega que era muito bem quisto no seio de seus pares. Corria tudo a mil maravilhas, lembrancinhas, demostrações de carinho, até que um telegrafista natural de Santa Maria e conhecido por dizer o que não devia nas horas mais impróprias, no momento que alguns usavam da palavra para enaltecer as qualidades do homenageado, pediu a palavra e lascou: Voces sabem que eu não sou muito chegado a essa oratória, mas eu não posso deixar que o Fulano va embora sem dizer pra ele que as suas latas de chá criavam ferrugem porque o sargento ciclano mijava nelas quando estava de serviço. Foi lamentável, o homenageado que estava próximo de O MIJÃO, encaxou-lhe uma trompada como diz o paisano, que até hoje ele deve sentir e se arrepender do que fazia e ainda por ter esculhambado uma homenagem que estava tão bonita.

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