Minhas raízes

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Uruguaiana

domingo, 24 de julho de 2011

VETERANOS - 4

Livro de castigos.
Na Marinha de Guerra do Brasil, onde tive a honra de servir por quatro anos e meio como Fuzileiro Naval, as coisas são bem diferentes. Punições, alimentação, exercícios, treinamentos, uniformes, modus operandi, muito poucas coisas são iguais ao exército ou a aeronáutica. Em outras Organizações Militares, as faltas são comunicadas em partes pelos superiores em serviço ou chefes de repartições. Na Marinha, as infrações são redigidas num livro parte, denominado livro de castigos. Ali o superior comunica o fato sem opiniões pessoas - o que nunca ocorria - sempre quem fazia o registro, aproveitava para colocar nas entre linhas, o seu parecer a respeito do faltoso. Feito isso, o acusado ficava esperando o momento de ser chamado para a sua justificação - hora do pato. Todas as terças feiras na parte da tarde, o faltoso procurava se isentar dos seus erros, diretamente com o comandante da Unidade. Não lembro de ver algum colega ir para o livro de castigos e conseguir se livrar de alguma punição, ele nunca tinha razão, o que caracterizava sempre punição na certa. É bom que se diga, que eu fui freguês de caderno da hora do pato, durante o meu período nos Fuzileiros Navais.Lembro inclusive quando dei baixa da Marinha - me deram a baixa - louco a pua sem conseguir serviço, resolvi incluir na Brigada Militar. Eu morava com um tio brigadiano, 1º Sargento e para conseguir uma certa média , mostrei a ele as minhas alterações durante o tempo que servi, só que tirei todas as folhas que tinham as punições , lembro que ele mostrava a seus colegas , com muito orgulho dizendo : Meu sobrinho foi marinheiro, nunca levou uma punição. Q. Deus o tenha.

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