Minhas raízes

Minhas raízes
Uruguaiana

sexta-feira, 22 de março de 2013

AS MAZELAS SOCIAIS


     É cada dia mais estarrecedor os números apresentados pelos meios de comunicações em relação aos estragos produzidos pelas enchentes e estiagens que se abatem sobre o nosso País.
     Os meios de comunicações estão sempre fazendo comparações que esta ou aquela enchente ou estiagem está sendo maior ou menor que em anos anteriores.

     Na realidade independente de ser ou não ser maior ou menor, os estragos sempre será os mesmos.
     Quem não chega às lágrimas ao ver o sofrimento e a perda em vidas e em patrimônio das pessoas atingidas.
     Mas o pior, o mais triste, o mais constrangedor, é sabermos que tem pessoas inescrupulosas, que usam e abusam desviando os recursos destinados aos atingidos.
     Nosso País peca com suas leis que beneficiam sempre os infratores, verdadeiros bandidos que transvestidos de funcionários públicos ou os famigerados CCs roubam escandalosamente e por incrível que pareça às punições ou condenações dessas pessoas nunca chegam ao nosso conhecimento.
     É necessário registrar que entre os funcionários mencionados, existem pessoas honestas e responsáveis, que são denegridas em suas funções pelos ditos cujos já citados.
     Quem não é atingido, olha seguro, tranqüilo, sem medo, olhamos a desgraça alheia com a certeza que ela não nos atingirá.
     Será mesmo que não nos atingirá?
     E as mazelas do dia a dia?
     Essas nos atingem todos os dias. É claro que não tem o poder da mídia, gente fica sabendo ou quando sabe não dá muita importância, mas elas também corroem a sociedade, com um trabalho formiga, matando aos pouquinhos.
     Esse pouquinho, se somados, com certeza já mataram e continuarão matando muitas pessoas.
     As mazelas sociais matam sem fazer alarde, sem mídia, sem ajuda humanitária, sem perdão de dívidas, sem o auxilio de ninguém, enfim são mortes silenciosas e tão violentas quanto as que estamos assistindo todos os dias
     Eu não colaborei com nada em relação às enchentes ou estiagem, até porque o pouco que tenho não faria diferença com o volume material e financeiro que chega nessas regiões, mas tenho certeza que todos os dias eu e minha família colaboramos com as Mazelas Sociais que atinge a nossa cidade, os meus vizinhos, o meu bairro, enfim, essas atingem a todos nós.
     Não tenho dados concretos, mas se contabilizarmos as pessoas (velhos, crianças, indigentes,...) que morrem no dia a dia das nossas cidades, não vamos ficar muito longe do que acontece nessas catástrofes atuais.
     Feito esse levantamento, teremos um número considerável de mortos diante de nossos olhos.
     Quantos vegetam nas periferias das nossas cidades, passando fome, frio, morando em baixo de lonas plásticas, em barracos de papelão, em baixo de pontes, doentes, sem assistência médica?
     Somos inocentemente, muitas vezes, levados pelo poder da mídia a ajudar nossos irmãos distantes (que também merecem) esquecendo de olhar para o nosso umbigo, onde temos aqueles que estão clamando por um apoio, um auxilio uma palavra de conforto.
     Quem se lembra de tantas outras ocorrências semelhantes que dizima patrimônios e vidas?
     Os que morreram, ‘’descansaram’’ e os vivos que ficaram para enterrar seus mortos e enfrentar o dia-a-dia do nada que restou, a não serem problemas e dificuldades.
     Será que essa gente reconstruiu suas vidas, será que o governo realmente fez a sua parte, será que alguém cobrou essa ajuda?
     Ou quem sabe o dinheiro para socorrê-los teve o mesmo caminho ou desvio que teve o destinado aos atingidos no Rio de Janeiro.
    Temos a memória curta, e a mídia avassaladora que se abate sobre nós faz com que esqueçamos rapidamente dos nossos semelhantes que são todos os dias atingidos pelas MAZELAS SOCIAIS





Nenhum comentário:

Postar um comentário