Minhas raízes

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Uruguaiana

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Carnavais do passado


SÃO BORJA - 1962

Hoje 14 de fevereiro de 2010, domingo de carnaval, voltei no tempo para lembrar de um

carnaval de 1962, em São Borja, nesse ano eu era um jovem e vibrante Fuzileiro Naval e como bom Fuzileiro fazia para da escola de samba Filhos do Mar, composta pelos componentes do Destacamento de São Borja e alguns civis amigos da Marinha.Tinhamos passado o dia com um bloco de sujos, despertando a curiosidade dos Sãoborjenses que não conheciam a aquela modalidade de brincadeira nos carnavais. Eles consistia de vários componentes da escola de samba filhos do mar, com fantasias exóticas e um grande número vestido de mulher e o negão Romildo fantasiado de urso, com o standart do bloco fazendo a frente e pedindo colaboração dos passantes e moradores das ruas que eram percorridas no trajeto. As pessoas que colaboravam, colocavam dinheiro no standart ou alguma bebida no copo usado por todos, que consistia em um pinico de aloçado que foi comprado exclusivamente para aquela função. A reunião para o ponto de partida do bloco era o bar da Ilone que ficava na entrada do porto de São Borja. O Fuzileiro 104 teve a feliz idéia de comprar uma lata de salsicha, que foi colocada no pinico e logo em seguida misturaram bitter com cerveja e todos bebiam animadamente. É claro que o visual não era acolhedor, quem olhava aquelas salsichas boiando naquele liquido escuro e espumante, reagiam e recusavam tomar aquela bebida que parecia uma série de coisas , menos um líquido saudável e animador do grupo, chegou inclusve algumas mulheres ter ãnsias de vômito ao ver a mistura engenhosa .Transcorria tudo na maior alegria, até que chagamos no bar da Jorgina que era frequentado pelos Presidentes Getulio Vargas, João Gulart e o Governador do Estado do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, ambiente altamente sofisticado e frequentado pela alta sociedade da cidade. Quando chegamos sentimos uma certa reação, parece que não deixariam nós entrar, mas após um funcionário conversar com um garson, foi liberado o nosso acesso e quando pedimos uma colaboração com o pinico que servia de copo, imediatamente o tal garson pegou o pinico e entrou na cozinha do restaurante, ficamos faceiros e na espectativa que ele viesse com uma bebida a altura dos frequentadores. Para surpresa nossa e riso geral de quem estava presente, o pinico voltou cheio de restos de galinha assada. O Fuzileiro Romildo que tinha alcançado o pinico, quando recebeu de volta cheio de restos de comida e vendo a gozação dos presente, não teve dúvidas e tomou a iniciativa que qualquer um dos componentes do grupo tomaria. Segurou o pinico com a mão direita e com a esquerda gravateou o garson e fez do pinico um capacete no dito cujo, deixando sua camisa branca manchada de gordura e restos da bebida que ainda tinha dentro. Bem a partir dessa reação, quem se meteu na nossa frente apanhou, foram quebradas algumas cadeiras e mesas e é claro que quem se meteu a besta sobrou alguns hematomas para finalizar o carnaval Sãoborjense. É claro que não sabiamos que inclusive um ten do exercito que estava no local apanhou do grupo. Só fomos sabedor da repercusão do nosso ato, foi quando vimos um jipe do nosso destacamento com o Sargento Roque e mais dois colegas que nós voz de prisão e nós acompanharam até o quartel. Assim amigos terminou o carnaval do ano de 1962 para os componentes da Escola de Samba Filhos do Mar daquela cidade.

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