AMARGO REGRESSO

Já estamos na contagem regressiva para o ano novo de 2012. Apressadinho ? Não. É que a fila anda e o tempo não para. Hoje, foram embora os últimos filhos, genros e netos. Cá estamos nós, tentando arrumar a casa que por 15 dias ficou pequena, não havia lugar para acomodar toda a turma. Foi agradável, partilhar com a gurizada uns dias de agito e brincadeiras. Mas também foi interessante para mim, observar e analizar o comportamento do ser humano. Não é fácil contentar a todos, eles mesmos sendo irmãos, reclamam na brincadeira com um fundo de verdade, o tratamento que nós dispensamos à eles, estão sempre achando que alguém é privilegiado, que o quarto do fulano tem mais espaço que o seu e por ai vai. Na realidade ainda persiste o ciúme dos tempos de gurís e isso nós faz feliz e tristes no momento da partida. A casa que era grande e vazia, por uns dias tornou-se pequena e volta novamente a ser uma mansão, onde nós velhos olhamos para os cantos e as lágrimas teimam em cair com saudades dos nossos entes queridos. Portanto, queremos que este 2011 traga para a nossa cidade, industrias, empregos, para que nossos filhos possam voltar a conviver em sua cidade junto de todos nós. Mas como isso não é possivel, desejamos aos nossos e a todos aqueles que necessitam sair, um retorno tranquilo e que continuem la onde estão, consenguindo o emprego e a sobrevivência que aqui não existe. Nós os velhos, vamos aguardar com saudade o próximo ano para tê-los novamente no seio da nossa família. Para finalizar, brindo-os com um poema, publicado no meu livro ReTalhos, que aborda esse tema:

A VIDA INICIA,

POR DIFÍCEIS CAMINHOS.

UMA LUTA TÃO ÁRDUA,

PRA FICARMOS SOZINHOS.

A CASA PEQUENA,

OS FILHOS CRIADOS.

TAMBÉM NECESSITAM,

BUSCAR SEUS ESPAÇOS,

A EXEMPLO DOS PAIS.

CHEGA O FIM DO ANO

OS VELHOS FACEIROS,

ESPERAM VISITAS.

SÃO FILHOS,

GENROS E NETOS.

QUE DOIS OU TRÊS DIAS,

AGITAM A CASA

EM GRANDE ALARIDO.

AOS POUCOS,

ELES PARTEM.

A CASA APERTADA

TORNOU-SE MANSÃO.

PEÇAS VAZIAS,

ESVAZIAM AS ALMAS,

DOS VELHOS ANICÕES.

SÓ FICA A SAUDADE.

DOS VELHOS QUE SÓS,

VOLTARÃO A ESPERAR,

O ANO QUE VEM.

PEDINDO AO SEHOR,

PRA QUE VOLTEM TODOS,

SEM FALTAR NINGUÉM.