Minhas raízes

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Uruguaiana

quarta-feira, 24 de junho de 2009

PALPALÁ

PALPALÁ

Com certeza os Srs. não sabem o que significa esta palavra.
Mas a finalidade desta postagem e o assunto sob o qual ele versará, vai esclarecer o nome e o qual o seu significado.
Palpalá, é um vilarejo que fica no norte da Argentina, quase na divisa com a Bolívia, pertence a Província de San Salvador de Jujuy, é um verdadeiro fim de mundo, de repente pode ser por esse motivo que esse motivo que tenha acontecido o fato que relatarei nesta história.
Nessa viagem, nos passamos 21 dias entre o Chile e a Argentina, aconteceram muitos coisas interessantes nessa viagem, que possivelmente contarei numa outra oportunidade.
Estávamos eu e meu irmão Niwton popular gaudério, nas proximidades de Mendoza, vindo do Chile onde descarregamos 30 toneladas de politileno e ficamos um fim de semana num posto de gasolina aguardando carga.
Na segunda pela manhã, fomos informados pela empresa que deveríamos ira a Palpalá para carregar 30 toneladas de pó branco, que não era cocaína, era um pó que serve para dar brilho à cerâmica.
Saímos após o almoço para enfrentar 1.500 kms, praticamente de sul a norte da Argentina.
Levamos 28 horas para fazer esse percurso.
Passamos por Média água, Chepés,Chamical, La Rioja,Chumbicha,Valle de Catamarca, Andalgaia,Concepcion, Bella Vista,San Miguel de Tucuman,Rosário de La Frontera,Metán, Salta,San Salvador de Jujuy e finalmente, sem contar as dezenas de cidadezinhas e vilarejos, chegamos as 16:00 de terça feira em Palpalá.
Foi a primeira refeição que fizemos, por que na viagem não paramos nem pra comer, só fizemos lanches.
Almoçamos e ficamos esperando a ordem para carregar num estacionamento a frente da fábrica.
Comecei a conversar e descobri que o pessoal que trabalhava na fábrica, geralmente morriam aos 40 ou 50 anos de idade, se não morressem ficavam com os pulmões totalmente deteriorados pelo pó que respiravam dentro da fábrica.
Descobri ainda que no serviço bruto, a maioria dos funcionários eram bolivianos que entravam clandestinamente pelas montanhas com conivência do governo Argentino e trabalhavam por pouco mais de nada.
Fazia aproximadamente, uns 40 graus de calor, e durante a noite a temperatura chegava as vezes a zero grau ou menos.
Resolvi comprar alguma coisa diferente do que tínhamos na caixa do caminhão, subi uns peraus pra chegar até o centro da vila.
Quando lá cheguei, notei a uns 350 metros de onde eu estava, um aglomerado de pessoas e um carro de policia com as luzes piscando.
Curioso como sempre resolvi conferir o que estava acontecendo. Perguntei a uma senhora mapuche, indígenas daquela região, o que se passava lá onde o pessoal estava amontoado.
Disse-me na maior tranqüilidade, que ‘’ uma víbora havia comido um muchacho.
Como dijo lhe pregunté?
Me mirou sorrindo e confirmou a história.
Não me agüentei,esqueci do que tinha ido fazer e larguei firme pra onde estavam as pessoas.
Lá chegando, realmente fiquei impressionado com o que vi, estavam tirando um pessoa da barriga de uma cobra.
Após a policia ter saído, perguntei pra um senhor o que tinha ocorrido.
Disse-me que o que ocorreu era uma não normal, mas que acontecia por vezes quando as pessoas, cachorros, galinhas, crianças, facilitavam, a AMPALÁGUA, vinha para os devorar.
A ampalágua, é uma cobra enorme, muito parecida com a nossa jibóia ou sucuri e segundo os moradores, ela ronda o vilarejo e se facilitarem ela mata a fome com quem der sopa na sua frente. Não é venenosa e nem agressiva, só se alimenta geralmente com animais mortos e não ataca as pessoas.
Perguntei, mas como não ataca se já tinha comido o vivente.
Ele me esclareceu que o dito cujo, era um indigente, que vivia bêbado dormindo em qualquer lugar e que certamente a cobra o pegou dormindo.
O que me chamou a atenção, foi que a pessoas quando foi tirada de dentro da cobra, parece que estava envolta num goma plástica, que depois fiquei sabendo que é um suco gástrico que ela usa para digerir suas vitimas.
Resultado, quando voltei para onde o meu irmão e outros caminhoneiros e contei a história, eles não queriam acreditar, foi necessário que outras pessoas confirmassem, eu não tinha levado minha máquina de fotos, imaginem quando eu conto para as pessoas elas simplesmente não acreditam.
Se eu relatar todos os fatos que aconteceram nesses 21 dias dá para escrever um livro com no mínimo 100 páginas.

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