Minhas raízes

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Uruguaiana

sexta-feira, 12 de junho de 2009

A PESCARIA

Quem nao gosta de pescar? É claro que nesta época, poucos se arriscam a essa atividade, mas quem pesca sabe como é gostoso um pesqueiro no inverno. Fogo grande, saindo uma fumacinha da água, as linhas correndo ou beliscando, são coisas que fazem parte da atração do pescador na tarefa de enganar o peixe ou ser por ele enganado. A pescaria de hoje, aconteceu já faz alguns anos, ou melhor muitos anos, mas em toda pescaria sempre tem um história, termina a canha, molha os fósforos, falta cigarro aos fumantes, chove e molhas as cobertas, enfim sempre acontece uma porção de fatos que quando contados, sempre são caracterizados como mentira de pescador. Mas na maioria das vezes os fatos acontecem mesmo. Lá pelos anos 70 e poucos, eu servia como sempre fiz durante todo o meu tempo de milico no 2º. Regimento o Heróico. O meu colega 3º. Sgtº. Chapa que não era o seu nome e sim o apelido, porque em quartel é muito difícil ser chamado pelo nome, todos inclusive os oficiais têm apelido, mesmo que estes sejam chamados pelo apelido, sempre na sombra, pelas suas costas, etc... e tal. Bem o Chapa, não era os chapas de hoje que fazem plantão para descarregarem caminhões, esse era chapa porque trabalhava nas oficinas e sua funçao era chapear os carros batidos pelas barbereadas do motoristas feito a facão daquela época. Bem o Chapa, fazia parte de um grupo de pescaria, grupo este composto por 6 colegas, dois tomavam conta do acampamento, dois pescadores e dois encarregado de caçar alguma coisa para a bóia. Nosso grupo levava todos os ingredientes para a comida. Numa dessas pescarias, eu fiz na primeira noite um carreteiro campeiro, chegamos muito tarde, não deu pra caçar nada. O Chapa que ajudou a montar o acampamento, procurou um pesqueiro e ficou por ali dando boia pros mosquitos. A noite chegou, eu aprontei a comida e gritei pra ele: Tche Chapa a bóia tá pronta. Ele respondeu de onde estava: Tche, agora começou a dar uma beliscada nas linhas, bota a bóia na minha marmita e deixa que depois eu como. Como bom parceiro, tirei o carreteiro quente, coloquei na marmita de alúminio e levei pra ele. Disse-me deixa ai que eu já vou comer to loco de fome. Larguei a marmita e voltei ao acampamento. Passou uns 15 minutos, o Chapa gritou de lá: Tche mas como tá boa essa perdiz. Eu que tinha cozinhado, extranhei o comentário. Gritei, tche Chapa mas que perdiz tu tá falando, se nós não demos um tiro hoje. Ele respondeu, mas o que foi que eu comi então? Peguei uma lanterna e fui lá ver o que ele tinha comido. Chegando lá conferimos e custamos entender o que ele tinha comido. Após uma investigação rigorosa, descobrimos o que aconteceu. Eu larguei a marmita com o carreteiro quente, certamente o cheiro atraiu uma perereca que saltou em cima da comida e morreu queimada. Ele no escuro, pensando que era um perdiz, comeu até os ossos do bichinho. O único comentário dele tranquilo, foi: Tche agora não adianta reclamar, mas que tava boa, tava.

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