Minhas raízes

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Uruguaiana

sábado, 27 de junho de 2009

PALPALÁ

Hoje quero voltar a falar da viagem a Palpalá. Saímos à tarde dos arredores de Mendonza, deixando ao fundo a cadeia de montanhas dos Andes, um visual extraordinário, é um horizonte de um branco azulado, branco pelo gelo e azul pela linha do horizonte quando o tempo está limpo. Nessa primeira parte da viagem, tivemos alguns fatos que merecem ser contados. Nessa época a Argentina estava numa grande turbulência econômica, o peso valia um peso, não mais valia 1 dolar como era antes. Essa troca, causou sérios problemas aos argentinos, a ponto de termos encontrado inclusive pedágios particulares que atacavam só os estrangeiros para achacar e pedir dinheiro na maior cara de pau que já vi. Ninguém tinha coragem de negar, porque com certeza as consequências seriam nefastas. Ao sermos fiscalizados por um posto policial isolado, dissemos que não tinhamos dinheiro eles nos pediram óleo diesel. O isolamento nessa região é terrivel, não se acha uma casa por centenas de kilometros rodados, mesmo assim, fomos surpreendidos por um trio, que usavam roupas pretas, com casacos compridos, num calor de 40 graus ou mais, carregavam guitarras e nos pediram carona, não paramos é claro, mas até hoje penso de onde poderiam ter saído. Paramos num posto de gasolina para fazer um lanche, no pequeno bazar que tinha no local, encontramos pacotinhos de folha de coca como se fossem salgadinhos, depois descobrimos que nessa região ela é consumida para enganar o estomago, tirar o sono, enfim ela serve como a canha serve para nós por aqui.Nesse primeiro dia, eu peguei a direção da carreta as 15 horas e dirigi com pequena paradas até as 03 da madrugada quando paramos pra dormir um pouco. O agradecimento pelo apoio que dei ao meu irmão, foi que ele no outro dia enquanto eu preparava o chimarrão pra seguirmos viagem, ele conferindo a média que a carreta tinha feito naquele trecho, fez o seguinte comentário: Olha carreta velha para as barberagens que tu sofreu ontem, até que tu andou muito bem. Passamos por grandes plantações de cana de açucar, o resto só que se vê, são guanacos,( uma pequena ovelha com o pescoço de girafa) por sinal muito saborosos, tem o mesmo gosto da carne bovina, burros choro, cabritos e muito deserto, mas deserto mesmo, depois conferindo num mapa que são a minha paixão, cheguei a conclusão que por onde andamos é parte do deserto de Atacama, lado Argentino. O Argentino é muito religioso, quem viaja nesse País, pode observar a quantidade de grutas, capelas, cruzes, mas o que me chamou a atenção foi a quantidade de monumentos que existe ao Gauchito Gil, são monumentos feitos com garrafas pet e grandes quantidades de fitas vermelha abanando ao vento e muitas procissões de nativos daquela região homenageando esse que dizem ter sio o Robin Hood da
Argentina, que roubava dos ricos para dar aos pobres. Passamos por extensas planíces, cuja única vegetação é a chirca e pequenos arbustos. Já próximo ao nosso destino começamos a subir pequenas montanhas, até chegar na parte mais alta onde fica Jujuy. Estávamos bem próximo da divisa da Argentina com a Bolívia, Peru e Chile.Nossa viagem terminou as 16 horas, quando estacionamos em frente a fábrica em Palpalá.

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