LEGALIDADE

As duas fotos aqui postadas, foram tiradas quando de uma visita do Presidente João Goulart, feita ao Destacamento de Fuzileiros Navais na cidade de São Borja em 1962, na primeira,eu como encarregado da Praça D'Armas - refeitório dos oficiais no Destacamento - seriva cafezinho para o Presidente, pena que aparece só a minha cabeça, onde me perdoem, não pude resistir a intenção de ser identificado, por isso, coloquei uma seta em direção a minha cabeça, a segunda o destacamento em forma e o Pres. de terno.
Amanhã, 25 de agosto, completa 50 anos da legalidade, movimento orquestrado pelo Gov. do Rio Grande do Sul,Leonel de Moura Brisola, para que seu cunhado João Goulart assumisse a Presidência do País, na vacância de seu titular, Presidente Jânio Quadros que havia renunciado. O Vice-Presidente estava em viagem oficial na China e os militares não queriam permitir a sua assunção.O impasse, quase chegou a luta armada, mas felizmente, o bom senso falou mais alto e com a pressão do Governo Gaúcho,os militares recuaram e o Jango assumiu. Eu tinha 19 anos e servia no Grupamento de Fuzileiros Navais em Uruguaiana, estávamos todos em forma na rua Duque de Caxias daquela cidade, para desfilar em homenagem ao dia do soldado. Houve uma contra ordem, foi suspenso o desfile e fomos recolhidos para os quarteis, onde nós Fuzileiros, permanecemos já em prontidão, tendo a 6ª. Companhia embarcado às 21:00 hrs do mesmo dia, com destino ao porto de Imbituba Santa Catarina. O Grupamento de Fuzileiros Navais, tinha duas Companhias a 7ª pertencendo a Uruguaiana e a 6ª Companhia que pertencia a Ladário Rio Grande do Norte, mas servia acantonada ao Grupmento de Uruguaiana. Todos estes fatos iniciais da Legalidade, aconteceram no dia 25 de agosto de 1961. Houve grandes movimentos de tropas,muitos efetivos deslocando-se até a divisa do nosso Estado com Santa Catarina, onde presumia-se um enfrentamento do 3º Exercito - Rio Grande do Sul - com o 1º Exercito que não queriam que o Pres. Jango assumisse. Mas felizmente, tudo ficou nas escaramuças, mas escaramuças que serviram para torpedear do Governo do Presidente Jango até 31 de março de 1964, quando os militares conseguiram assumir o poder, destituindo o então presidente que refugiou-se no Uruguai.