Minhas raízes

Minhas raízes
Uruguaiana

terça-feira, 20 de setembro de 2011

PROTESTO

Assiti muitas manifestações poéticas a respeito dos Farrapos, quero deixar também o meu protesto através da poesia em relação a um fato que MTG ignora, ou quando comenta, falta com a verdade.Esta poesia já mandei pra vários concurso e não consigo classificá-la, mas felizmente, já tenho dois trofeus ganhos com ela.

O COMBTE DE PORONGOS

Sou de lá com muito orgulho,

A África é minha terra

São de lá minhas origens

Eu me sinto abichornado

Quando penso no meu povo

Como é que Deus permitiu

Tamanha barbaridade

Como é que a humanidade

Aceitou tal situação

Concordou com a escravidão

Sem nenhum constrangimento

Fui arrancado de lá

Cabresteado para cá

Sem o meu consentimento

Em feiras Eu fui vendido

Fui tratado como bicho

Valia menos que lixo

Para os donos desta terra

Eu habitei as senzalas

Das querências deste pago

Jamais senti um afago

Que não fosse do Feitor

Meu ungüento foi o sal

Que neste pampa bagual

Foi usado para o charque

Matéria prima de então

O escravo foi a mão

Usada para esse fim

Eu não consigo entende

Porque me trataram assim

Sou humano como os outros

Tive uma Pátria um País

Tive família e um povo

Fui cidadão, fui feliz.

Eu quero que me respondam.

Qual foi o crime que Eu fiz.

No ano de trinta e cinco

Alvorotou-se a senzala

Um comentário geral

Chegou aos nossos ouvidos

Que lá na Ponte da Azenha

Os Imperiais foram vencidos

Perdendo a Capital

Ecoou pelo Rio Grande

Um grito de liberdade

Diziam que a sociedade

Seria bem diferente

Se Eu, lutasse pela causa

Ganharia a alforria

Era esse o presente

Acreditei na promessa

Desta vez Eu vou ganhar

Com vontade vou lutar

Pra Ter paz e uma família

Vou me unir aos Farroupilhas

Ir pro lado que me agrade

E jamais ver uma grade

Um tronco ou uma senzala

Minha casa vai Ter sala

Como a dos outros tem

Vou lutar pra ser alguém

Criar plantar e colher

Os meus filhos irão Ter

Direitos hoje negados

E as tristezas do passado

Nunca mais iremos ver

Fui traído novamente

Não tive paz nem família

Minha união com os Farroupilhas

Não passou de ilusão

Quando hoje a tradição

Enaltecem os seus feitos

Eu não consigo enxergar

Onde estão os meus direitos

Foram dez anos de lutas

Em combates memoráveis

Mas decisões lamentáveis

Mancharam a nossa história

E as inúmeras vitórias

Para mim foram fracassos

A lança de puro aço

Que com fibra Eu empunhei

Que os inimigos matei

Com coragem e ousadia

Jamais pensei que um dia

Fosse usada contra mim

Este é o meu lamento

Minha dor minha ilusão

Eu cultuo a tradição.

Sem ódio nem preconceitos

Mas também tenho o direito

De procurar à verdade

Quero Ter a liberdade

De saber como foi feito

Diz a história que Caxias

Escreveu para Moringue

Coronel quero que finja.

Um acerto com Davi

Pois a ele Eu, prometi.

Livrá-lo dessa enrascada

De libertar a negrada

Quando a guerra chegar ao fim

O resto deixe pra mim

Que a paz será assinada

Em quatorze de novembro

Do ano quarenta e quatro

Conforme diz o relato

Que se mantém em segredo

Um General Farroupilha

Que jamais foi surpreendido

Facilmente foi vencido

Pela malícia e astúcia

Do Coronel Chico Pedro

Para a paz ser assinada

Exigiram o meu fim

No massacre de PORONGOS

Nos campos de Santa Tecla

Acabou a esperança

De liberdade pra mim.

1º. Lugar categoria inédita no 1º. Festival Tributo a Jayme Caetano Braum – O Imortal Pajador das Américas;

2º. Lugar na 5ª. Edição da Ronda da Poesia Crioula, organizado pelo Grupo Cultural Vozes do tempo

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